terça-feira, 11 de janeiro de 2011

GRANDE TERTÚLIA



TERTÚLIA POÉTICA
Teve lugar no passado dia 8 do corrente, no Auditório Carlos Paredes, em Benfica, a apresentação pública da primeira Tertúlia Poética deste ano de 2011. O programa estendeu-se por cerca de duas horas e teve o seu início pelas dezassete horas. A plateia estava relativamente bem composta... a dois terços do total. Participei recitando dois poemas: um de Jaime Cortesão e outro de minha autoria e cantando duas canções, cujas letras passo a apresentar:

TEMPO DO POETA

O Poeta não tem tempo,
o tempo aumenta a solidão.
O Poeta não tem horas,
as horas dividem o coração:
onde estás, tu, meu amigo,
onde estás, tu, meu amigo,
brotaste no meu seio
quando eu nasci,
brotaste no meu seio
quando eu nasci.

O Poeta não tem vida,
a vida vai com ele à morte.
E o encontro na distância
é o seu amor mais forte:
onde estás, tu, meu amigo,
onde estás, tu, meu amigo,
brotaste no meu seio
quando eu nasci,
brotaste no meu seio
quando eu nasci.

O Poeta não 'stá só
a obra é todo o seu alento,
entre ele e tu, amigo,
vai o elo do seu tempo:
onde estás, tu, meu amigo,
onde estás, tu, meu amigo,
brotaste no meu seio
quando eu nasci,
brotaste no meu seio
quando eu nasci.

COZINHEIRO DO TEMPO

Fui ao grande hotel da vila
pedi um prato de paz
ai, comi guerra guarnecida
com cabeça de rapaz.
Ó cozinheiro do tempo
se não aprendes mais nada
serás um dia alimento
nos dentes de uma granada. (bis)

Fui ao grande hotel da vida
pedi um prato de 'sprança
ai, comi raiva guarnecida
com corações de criança.
Ó cozinheiro do tempo
se não aprendes mais nada
serás um dia alimento
nos dentes de uma granada. (bis)

Fui ao grande hotel da roda
pedi vinho do tonel
bebi petróleo da moda
com sabor à maitre-hotel.
Ó cozinheiro do tempo
se não aprendes mais nada
serás um dia alimento
nos dentes de uma granada. (bis)

Fui ao grande hotel do mundo
pedi para o visitar
vi o povo lá no fundo
e a burguesia a reinar.
Ó cozinheiro do tempo
se não aprendes mais nada
serás um dia alimento
nos dentes de uma granada. (bis)

In Cancioneiro

A minha actuação saiu bastante bem, acabando por conquistar com todo mérito alguns "bravo"!

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